amor próprio

Por que é tão Difícil estar com Você Mesma? Como Resgatar o Prazer da sua Própria Companhia

Quantas vezes você saiu, mas ainda assim não estava com você?

Você estava lá — no passeio em família, no jantar com o parceiro, nas férias tão esperadas. Mas, no fundo, sua mente seguia ocupada com listas de tarefas, com as necessidades de todos ao redor… menos as suas.
Essa é uma realidade silenciosa vivida por muitas mulheres que amam profundamente seus filhos, seus parceiros, seus trabalhos — e, por isso mesmo, acabam se deixando por último, e aos poucos perdendo um pouquinho daquele amor próprio.

Vivemos para o coletivo. E fazemos isso com entrega, com dedicação, com amor.
Mas quando tudo gira em torno do outro, onde fica o tempo para si mesma?
Quando foi a última vez que você sentiu prazer em estar só na sua própria companhia, sem culpa, sem distrações, sem pressa?

O que muitas de nós sentimos não é falta de compromisso. É falta de solitude feminina, de momentos de conexão íntima com a nossa essência — sem o peso de ser produtiva ou disponível para alguém.

Neste texto, vamos falar sobre o valor do autocuidado real, aquele que vai além dos rituais estéticos e se torna um reencontro com quem você é quando o mundo silencia.

Vivendo Sempre Para o Coletivo

Nos ensinaram — e muitas vezes nos cobraram — que ser uma “boa mulher” é sinônimo de estar disponível. Para a família, para os filhos, para o parceiro, para o trabalho. O tempo inteiro.

E com o tempo, mesmo os momentos que deveriam ser de lazer, descanso ou prazer acabam moldados pelo olhar do coletivo. Uma ida ao parque com as crianças, uma viagem em família, um jantar a dois… tudo parece sempre girar em torno de fazer o outro feliz.

Não há nada de errado em querer agradar, em compartilhar, em cuidar.
O problema começa quando tudo o que fazemos é voltado para o outro — e esquecemos de nos perguntar: o que eu gostaria de fazer agora?

Essa naturalização do papel cuidador feminino é sutil. Tão sutil que, muitas vezes, deixamos de perceber que estamos vivendo semanas, meses ou até anos sem fazer nada verdadeiramente por nós mesmas.
Não por falta de vontade. Mas por não lembrarmos mais como é priorizar nossos próprios desejos, vontades e necessidades.

E assim, pouco a pouco, nasce a autonegligência: quando nos doamos tanto que não sobra quase nada para dentro.

A verdade é que estar com o outro não deveria significar abandonar a si mesma. É possível cuidar e ser cuidada. Estar em família e ainda assim reservar um tempo para respirar sozinha. Viver em casal e continuar conectada com sua individualidade.

Esse equilíbrio é fundamental para a saúde emocional — e para relações mais leves, maduras e verdadeiras.

💬 O desafio não é deixar o coletivo de lado, mas encontrar seu espaço dentro dele. Um espaço que seja só seu — e que você honre com presença e afeto.

Solitude Não é Solidão: É Um Ato de Amor Próprio

Muitas mulheres não sabem — ou simplesmente esqueceram — como é estar na própria companhia.
E não estamos falando de estar sozinha em casa enquanto faz mil coisas ao mesmo tempo. Estamos falando de estar consigo mesma, com intenção, presença e prazer.

Há quem não consiga ligar a TV para assistir a uma série sozinha sem sentir culpa. Ouvir música apenas por prazer parece perda de tempo. Sair para tomar um café sozinha, então? Impensável.
Se não há produtividade, se não há utilidade, se não há companhia, parece que não tem valor.

Mas há uma diferença profunda entre solidão e solitude, e compreender isso muda tudo:

  • Solidão é a ausência. A falta de vínculos, de presença afetiva, de companhia emocional.
  • Solitude, por outro lado, é presença. É estar bem consigo. É sentir-se inteira, mesmo quando o mundo lá fora está em silêncio.

E mais do que um luxo, a solitude é essencial. É nela que nos reconectamos com a nossa essência, com o que realmente gostamos, pensamos e sentimos — longe das expectativas externas.

É no silêncio da solitude que conseguimos ouvir o que realmente importa: nossa própria voz.

Num mundo que exige tanto de nós — produtividade, cuidado, atenção, presença constante — aprender a estar só e em paz é um ato de resistência. É também um profundo ato de amor-próprio.

 Você não precisa de permissão para curtir sua própria companhia. Você só precisa se lembrar de como é bom estar com você.

Pequenos Prazeres que São Só Seus (E São Mais Poderosos do que Parecem)

Não precisa ser uma viagem de fim de semana, um spa caro ou um retiro espiritual para você se reencontrar. Às vezes, tudo o que o coração precisa é de um instante em paz, onde nada seja exigido — nem de você, nem de ninguém.

Vivemos tão condicionadas à ideia de que cada minuto deve ser útil, que esquecemos o valor das pequenas pausas.
Mas o autocuidado, o amor próprio também moram nesses detalhes simples, nos gestos silenciosos que dizem: “hoje, eu escolho estar comigo.”

Aqui vão algumas ideias de momentos que são só seus — sem exigências, sem julgamentos, sem culpa:

  • Assistir a um filme sozinha, com o celular longe, só prestando atenção na história — e em como ela faz você se sentir;
  •  Caminhar no parque, observando as folhas, os sons, as cores do céu. Sem pressa, sem destino;
  •  Tomar um café em silêncio, saboreando cada gole, sentindo o aroma, o calor nas mãos;
  •  Comprar algo só para você, porque você quis — não porque precisava ou alguém “merecia mais”;
  •  Dormir até mais tarde num domingo, num feriado, e não se justificar por isso. Apenas descansar, porque sim.

Esses gestos não precisam ter propósito. Eles não precisam gerar resultados. Eles só precisam fazer você lembrar de quem é — além dos papéis que ocupa, e serão capazes de resgatar aos poucos seu amor próprio.

 Dica prática: Escolha uma dessas atividades para fazer ainda esta semana. Só por você.
Só porque você merece viver com mais leveza e presença. E porque estar com você é, sim, um dos melhores lugares para estar.

Reconectar com a Própria Essência

Quando foi a última vez que você se ouviu de verdade?
Não a voz que organiza a lista de tarefas, que cuida de tudo e de todos. Mas a voz que mora no fundo do peito — aquela que sabe o que te emociona, o que te move, o que te falta.

Estar a sós não é um afastamento. É um reencontro.
É nesses momentos de presença silenciosa que conseguimos respirar com profundidade, nos escutar com carinho e lembrar de quem somos quando o mundo lá fora fica em segundo plano.

A solitude, quando vivida com intenção, é um espaço fértil para fortalecer a autoestima, curar feridas silenciosas e construir uma relação mais gentil consigo mesma.
E esse vínculo interno, quando bem cuidado, se reflete em tudo à nossa volta: nos vínculos amorosos, nas amizades, nas decisões, nos limites que aprendemos a colocar.

Relações mais saudáveis começam dentro de nós.
Porque quando nos respeitamos, fica mais fácil exigir respeito.
Quando nos acolhemos, paramos de mendigar acolhimento.
Quando nos valorizamos, deixamos de aceitar menos do que merecemos.

É um caminho de volta à essência. Um processo de se lembrar que você não é só o que faz pelos outros — você também é o que sente, o que sonha, o que deseja, o que precisa.

 Menos “fazer” para agradar. Mais “ser” para se nutrir.
Porque cuidar de si mesma não é egoísmo — é base. É raiz. É amor.

Conclusão – E Você, Tem Cuidado de Você?

Voltemos à pergunta do início:
Quantas vezes você saiu… mas ainda assim não estava com você?

Viver para o coletivo é bonito, é nobre. Mas viver apenas para o coletivo é exaustivo.
Você também importa. Seus desejos, seus silêncios, suas pausas.
Sua companhia é valiosa — e você merece desfrutá-la.

Não espere o momento ideal, a semana tranquila, as férias perfeitas. O autocuidado começa agora, nas brechas possíveis, nos minutos resgatados da pressa.

Escolha um momento só seu.
Comece pequeno, mas comece por você.
Estar com você é estar em casa.

 Você é sua melhor companhia. Se cuide com a mesma dedicação com que cuida do mundo.

 Agora é com você:

  • Comente abaixo: Qual foi a última vez que você esteve com você mesma — e gostou disso?

Compartilhe esse texto com uma amiga que também precisa lembrar que merece tempo, presença e cuidado.